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Virulência Global e autoconhecimento

Participei da Antologia Esperança em tempos de pandemia, publicada em 2020 pela Editora Proverbo, com foco na esperança que esse ano representa.

Publicado em25 de dezembro de 2022← Voltar para o blog
Participei da Antologia Esperança em tempos de pandemia, publicada em 2020 pela Editora Proverbo, com foco na esperança que esse ano representa para a resolução dos problemas decorrentes da pandemia do Covid-19. O texto que apresentei nessa coletânea se chama Virulência Global e autoconhecimento (p. 63 a 65), cujo texto segue abaixo, na íntegra.  O lançamento dessa coletânea se deu via Youtube. Veja a minha participação nos minutos 1:34 minutos e 1:40 minutos do video
Virulência Global e autoconhecimento

A pandemia do Coronavírus obrigou cada pessoa a olhar

para dentro de si própria. O vírus não deixou alternativa: agora

você está tendo que se enfrentar. Não há nada mais difícil do

que ter que olhar para si mesmo e encarar tudo aquilo que

Tinha medo de ver. Afinal, você trabalha muito e, proposital

mente, não tem tempo para nada. Agora você parou, até por

que o mundo parou!

Nesse novo contexto, quando você olha ao seu redor, vê coi-

sas inimagináveis. As ruas de cidades gigantescas ficaram vazias.

Não tem mais empurra-empurra no transporte coletivo; o trân

sito acabou; o patrão fechou as portas e você não entra mais,

pois seu lugar no mundo laboral sumiu. Nessa hora, você vê que

aquilo que se tem não pode ser dado como certo, pois tudo se

move, tudo se ganha, tudo se perde, principalmente a vida, em

um momento insano como este.

O vírus, que nem se sabe se é um ser vivo, está esfregando

na sua e na minha cara que, para se estar bem, é preciso que

todos estejam bem. Aquele que ficou para traz, pode jogar você

para baixo. Nesse grande movimento de olhar ao seu redor, os

invisíveis tiveram que se tornar visíveis e todos se assustaram

com o grande número de pessoas que estavam fora do sistema

e que, por causa disto, não conseguem receber meia dúzia de

trocados que o governo tratou de facilitar, como forma de mi

nimizar as agruras daqueles que não têm como se defender em

um momento como este.

São tantas as pessoas vulneráveis! É o morador de rua, é o

que ganha a vida de modo informal, é o que ganha salário mí

nimo, é o pequeno empresário. Até aqueles que dependem de

aposentadoria, chegam a pensar que poderá chegar o dia em

que seus proventos deixarão de ser depositados, já que todos

estão falidos: governos, empresas e pessoas. Todos são vulnerá

veis diante desse ser invisível!

Tudo muda muito rápido e ninguém pode ficar na sua zona

de conforto, pois o mundo reina sobre a areia movediça onde

tudo pode ruir, de uma hora para outra: o dinheiro das ações

vira pó, nos momentos de uma crise como esta; os imóveis não

podem ser alugados e nem vendidos, pois não tem quem possa

pagar por eles; e até os lindos monumentos históricos, que já

viram de tudo nesta vida, não podem ser apreciados, pois não

tem ninguém para admirá-los.

Até terminar a quarentena, você vai refletirr sobre o que, de

fato, vale a pena. Só não pode ficar tudo igual como era antes

e fazer de conta que nada aconteceu, pois isso vai mostrar que

você preferiu ignorar o momento que lhe foi dado para evoluir e

se tornar um ser humano melhor.

Todos sabem que é só um vírus! Mesmo na sua diminuta

dimensão, ele está jogando a humanidade em uma condição

bélica, onde não se dispara um só tiro, mas está matando tanto

quanto em uma guerra, sem espaço para despedidas e para …